SEMARH indefere licenciamento no Corredor Ecológico que interliga os Parques Nacionais Serra da Capivara e Serra das Confusões

Área afetada pelo empreendimento corresponde a 6.000ha e apresenta potencial de impacto para a conservação da Caatinga e para a atividade de apicultura na região

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (SEMARH-PI) indeferiu solicitação de licenciamento para um empreendimento de plantação de soja e milho em área do Corredor Ecológico Capivara Confusões, criado pela Portaria do Ministério do Meio Ambiente n° 76/2015. A atividade é da “Fazenda Apesa”, localizada na BR-324/PI-140, zona rural do município de Brejo do Piauí. O indeferimento se deu por meio de despacho assinado pelo secretário de Meio Ambiente e Recursos Hídricos, Daniel Oliveira, após ser constatada a Área Diretamente Afetada (ADA) pelo empreendimento, que corresponde a 6.000ha.

A ADA encontra-se na área que interliga as duas Unidades de Conservação de Proteção Integral: o Parque Nacional Serra da Capivara e o Parque Nacional Serra das Confusões. As duas unidades são reconhecidas em todo o mundo por sua relevância ambiental para a humanidade, por seu inestimável patrimônio arqueológico e espeleológico e pelas espécies da fauna e da flora que abrigam. “Por meio desse indeferimento, a SEMARH reforça a política de sustentabilidade ambiental no Piauí e chama atenção para a necessidade de se garantir a proteção dos dois parques que integram a região”, destacou o secretário Daniel Oliveira. 

O indeferimento considerou a ausência de alternativas tecnológicas para o licenciamento da atividade na análise do Estudo de Impacto Ambiental (EIA). Dentre os fatores de impedimento para a liberação do empreendimento pela SEMARH, está a forma escolhida para irrigação da soja, que pode impactar diretamente a disponibilidade hídrica em uma região extremamente seca, e a utilização de pesticidas e agrotóxicos na área onde se tem espécies relevantes da fauna brasileira, como a onça pintada, e que é próxima a unidades de conservação do bioma Caatinga. A análise da Secretaria confirmou ainda o enorme impacto sobre a atividade de apicultura, de grande relevância econômica para a região do empreendimento.

“O diretriz da SEMARH é que só haja empreendimento na área do corredor ecológico com sustentabilidade ambiental garantida e sem prejuízos à cadeia produtiva do mel na região sul do estado”, afirmou Daniel Oliveira.

O empreendimento, de responsabilidade da empresa Apesa Agropastoril Piauiense S/A, conseguiu a Autorização para o Licenciamento Ambiental (ALA), expedida pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), contudo, a SEMARH destaca esse fato não garante expedição de licenças ambientais, uma vez que esta é uma competência desta pasta, com base na Lei Complementar nº 140/2011. Além dos impactos sobre o corredor ecológico, que são de suma importância, a Secretaria realizou  avaliação mais profunda dos impactos ambientais decorrentes da atividade, frente a diversos outros aspectos que transcendem a área de interesse ambiental em relevo.

 
SEMARH participa do Fórum de Inclusão Socioeconômica em Brasília nesta segunda-feira (6)

SEMARH divulga Edital de Audiência Pública sobre Relatório de Impacto Ambiental de empreendimento em Brejo do Piauí e Tamboril